A igreja católica no Brasil esteve intimamente envolvida aos interesses políticos do governo vigente até o período da monarquia. Quando o sistema monárquico apresenta sinais de que estava ruindo, o catolicismo vive uma crise. Com a chegada da república e a separação oficial entre Igreja e Estado, esta primeira vivenciaria um período delicado de sua história no país.
Nesse tempo apareciam pelo território brasileiro especialmente no nordeste, região que sofria com a pobreza e o descaso dos governantes, manifestações de religiosidade popular que embora considerassem católicas de certa forma agiam de forma autônoma e pregavam devoções próprias: os movimentos messiânicos.
Pregavam a vinda de um messias, profetizavam o fim do mundo, representavam ameaça para o governo e para a igreja católica, os movimentos messiânicos, para os menos favorecidos, representavam uma fuga das opressões sociais. Podemos citar como exemplo de casos de messianismo no Brasil: Canudos, Contestados, Pedra Bonita e o milagre de Juazeiro do Norte.
Com o propósito de retomar o catolicismo brasileiro e coibir estes movimentos a igreja promoveu sua romanização que de forma geral seria reafirmar a figura do papa como máximo representante da religião e importar o estilo e as devoções romanas suprimindo a religiosidade popular.
Novos seminários foram criados nessa época para formação de padres de espírito romanizador. O objetivo é que estes sacerdotes fossem para os locais onde o povo andava desgarrado por não haver nenhum representante clerical para estabelecer ordem e fazer cumprir as medidas romanizadoras.
Para o catolicismo romanizador: os beatos eram vistos com maus olhos e acusados de fanatismo, as irmandades e demais grupos religiosos locais deviam ser centralizados na figura do padre e este, por sua vez, devia prestar contas ao bispo; devoções como a do Sagrado Coração de Jesus deviam ser empregadas em substituição de devoções populares e sincréticas.